quinta-feira, 29 de outubro de 2015

GEAP OPERA COM MAIS DE R$ 466 MILHÕES EM DIVÍDAS

ANASPS URGENTE 61


Brasília, 29 de outubro de 2015



GEAP OPERA COM MAIS DE R$ 466 MILHÕES EM DIVÍDAS
O Plano de saúde dos servidores que esta sob intervenção  da ANS, tem débitos com fornecedores em todo  o país.
No DF, onde há 67 mil clientes, os atrasos de pagamento  somam R$ 81 milhões.
A operadora terá de apresentar à agência um programa  de saneamento das contas.

Dívida da Geap é de R$ 466 milhões

Documentos obtidos pelo Correio apontam a delicada situação financeira da operadora dos servidores. Situação mais critica é no Rio de Janeiro, onde há mais de 106 mil beneficiários. Sob intervenção do Governo pela Segunda Vez, empresa afirma que pagamentos estão em dia.

Por Antonio Temóteo, ECONOMIA – 10 , CORREIO BRAZILIENSE 29-10-2015


Em meio a um processo de direção fiscal, a Geap acumula dívidas com os prestadores de serviços contratados para atender os beneficiários do plano de saúde dos servidores públicos federais. Documentos obtidos pelo Correio apontam que as guias de procedimentos que não foram pagas somam R$ 466,2 milhões. Para piorar a situação, a operadora acumulava, até 9 de outubro, R$ 2,4 milhões em débitos referentes a 1.543 boletos com atrasos de pagamentos que somavam mais 120 dias.

Designado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como diretor fiscal para resolver os desequilíbrios econômicos da Geap, Jaime de Carvalho Leite encontrou guias em aberto nas 27 gerências regionais do país. A situação mais crítica é a do Rio de Janeiro, onde há 106,8 mil beneficiários. No estado fluminense, as dívidas com a rede credenciada chegam a R$ 111,1 milhões. No Distrito Federal, local de 67.618 clientes, os débitos com os prestadores de serviço somam R$ 81,4 milhões.    

Pelos estados

Em Pernambuco, a dívida com a rede credenciada está em R$ 28,8 milhões. No estado, são atendidos 31,8 mil beneficiários. E na Paraíba, que possui 38,2 mil clientes, o passivo chega R$ 15,7 milhões. No caso das guias com pagamento atrasado por mais de 120 dias, o maior problema está no gerência regional do Mato Grosso. São devidos R$ 1 milhão referentes a 571 boletos. A gerência regional do Rio de Janeiro é a segunda que mais deve. São R$ 415,1 mil referentes a 59 guias.

Procurada, a Geap informou que os pagamentos aos prestadores da rede credenciada estão em dia. A operadora ainda detalhou que recebe 670 mil guias de procedimentos e a média de pagamentos mensais, no último trimestre, chegou a R$ 255 milhões. Segundo a assessoria do plano de saúde dos servidores públicos, o fluxo de faturamento das guias segue dentro da rotina, com quitação das despesas entre 30 e 60 dias, respeitando o prazo de 90 dias estabelecido pela ANS.   

A Geap ainda comentou que os casos nos quais os pagamento ultrapassam 90 dias representam menos de 1% do total.  Essa situação, segundo a operadora, acontece apenas nos casos de guias que passam por revisão e auditoria, em decorrência, por exemplo, de alguma suspeita de irregularidade ou pendências de documentação.

Intervenção   

A intervenção começou com a análise das contas pelo diretor fiscal, para apurar a situação patrimonial e financeira do convênio. Evidenciado o desvio às regras da ANS, a Geap terá de apresentar um programa de saneamento, apontando em quanto tempo e de que forma equilibrará as contas. O programa é avaliado pela agência. Se aprovado, recebe acompanhamento da ANS. A depender do porte e da complexidade da operadora, a fase de análise dos números pode levar mais tempo.   

Essa será a segunda direção fiscal instaurada na Geap em menos de dois anos. Em 18 de outubro de 2013, a reguladora autorizou o fim de um processo semelhante, iniciado em março daquele ano, para cobrir um rombo de quase R$ 300 milhões nos cofres da operadora.

O processo que levou a ANS a decidir pela instauração de novo processo de direção fiscal é o n° 33902.789287/2013-21. Antes de decretar intervenção na Geap, consta na ata da 423ª reunião do colegiado, de 24 de junho de 2015, que a reguladora deu um prazo de 30 dias para a operadora regularizar definitivamente “todas as anormalidades ainda existentes”.

 Segundo a ANS, a Geap não cumpriu o programa de saneamento pactuado no último regime de direção fiscal. Entretanto, eles não informaram se há rombo nas contas da operadora. A reguladora detalhou que a direção fiscal é instaurada para que o convênio recupere a condição de equilíbrio econômico-financeiro, por meio da constituição de garantias financeiras (provisões técnicas, ativos garantidores e recursos próprios mínimos).

A agência governamental informou ainda que a “penalidade” pelo não cumprimento do programa é nova instauração de regime especial de direção fiscal. O rito está descrito na Resolução Normativa nº 316, de 30 de novembro 2012.

Redução
   
Em 2015, a Geap sofreu um duro golpe após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir tornar sem efeito o decreto que autoriza todos os órgãos da administração pública federal a celebrar convênios com a operadora. Deliberação semelhante foi tomada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Na prática, somente servidores oriundos dos patrocinadores originais podem aderir ao plano de saúde e os dependentes daqueles que já são conveniados.   

A elite do Executivo, como auditores, agentes e delegados da Polícia Federal e advogados públicos, prefere ter planos com outras operadoras. A Geap tem uma gestão compartilhada entre servidores e governo. Cada um indica três dos seis conselheiros deliberativos. O problema é que o Executivo tem o voto de minerva.

GEAP não se explica , não se justifica ,oferece sua versão sobre a presença de uma Direção Fiscal da ANS dentro da GEAP,  e emite uma suposta nota de esclarecimento que não esclarece nada.

A respeito da instauração de Regime de Direção Fiscal, determinado em Resolução Operacional da Agência Nacional de Saúde Suplementar, publicada nesta terça-feira (20/10), no Diário Oficial da União, a Diretoria Executiva da Geap Autogestão em Saúde informa aos seus beneficiários, instituições conveniadas e prestadores de serviço que:
O diretor fiscal indicado pela ANS foi empossado pelo diretor Executivo da Geap, Luís Carlos Saraiva Neves, na tarde de terça-feira (20/10), na sede da operadora, em Brasília-DF.
A Direção da Geap está a postos para apresentar de forma transparente e tempestiva todos os documentos, dados e informações relativas à situação administrativa e econômico-financeira atual da operadora, que demonstram tanto o equilíbrio das contas quanto o processo contínuo de qualificação da rede credenciada, assim como a melhoria dos indicadores de atenção à saúde dos beneficiários.
A assistência aos cerca de 600 mil brasileiros que têm planos de saúde da Geap segue normalizada nas clínicas, hospitais e laboratórios que compõem a rede credenciada da operadora em todo o país, consequentemente, não haverá qualquer alteração nos fluxos de pagamentos aos prestadores de serviços.
As ações de promoção à saúde e prevenção de doenças, marcas registradas desta autogestão, também continuam sua programação cotidiana nos estados. Neste mês, por exemplo, está em curso a campanha Outubro Rosa na Geap, com várias atividades em todo o país de incentivo à detecção precoce do câncer mama. Na quarta-feira (21), a Geap lançou o projeto piloto Clínica Móvel Geap – Saúde da Mulher para realização de exame de mamografia próximo ao trabalho das servidoras públicas.
Nos últimos dois anos, a Geap Autogestão em Saúde passou por mudanças estruturais, administrativas e de gestão que impactaram positivamente na recuperação do equilíbrio econômico-financeiro da operadora, na ampliação da rede credenciada, com regularização dos pagamentos a todos os prestadores, na melhoria dos indicadores de atenção à saúde dos beneficiários e, por consequência, no aumento da procura pelos planos de saúde da empresa.
O mais recente Balanço Patrimonial e Financeiro da Geap, relativo ao exercício de 2014, demonstra claramente este novo momento, marcado por uma gestão focada no profissionalismo e na transparência das ações. Avalizado por uma renomada auditoria independente, uma das quatro maiores do mundo, e aprovado sem ressalvas pelos Conselhos de Administração e Fiscal da Geap, o documento com todas as demonstrações financeiras e contábeis da empresa está disponível para consulta irrestrita no site www.geap.com.br.
O aprimoramento constante do serviço prestado pela Geap está refletido também na melhoria dos indicadores assistenciais e na redução acentuada do número de reclamações dos clientes, conforme avaliações recentes da agência reguladora de planos de saúde. No último resultado do Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS), divulgado em setembro, por exemplo, a nota da Geap subiu de 0,44, em 2013, para 0,65 em 2015, aproximando-se mais do indicador máximo que é 1. Este índice, calculado pela ANS, avalia a atenção à saúde; a satisfação do cliente; a estrutura e os aspectos econômico-financeiros da empresa.
A Geap é a operadora de plano de saúde que agrega o maior número de idosos. Para se ter uma ideia, já são mais de 280 mil beneficiários a partir de 59 anos, dentre os quais 70 mil assistidos com mais de 80 anos. Um dos principais diferenciais da empresa é o compromisso de acolher e cuidar de todos sem fazer qualquer tipo de discriminação por idade ou doença preexistente.
Para finalizar, a Geap Autogestão em Saúde reafirma seu empenho de seguir trabalhando com afinco para dar saltos cada vez maiores de qualidade de forma a continuar sendo digna da confiança dos milhares de servidores públicos e familiares que, ao longo de sete décadas, entregam a sua saúde aos nossos cuidados.
Diretoria Executiva
Geap Autogestão em Saúde

Opinião da Anasps

O diretor executivo da  GEAP, seguindo o viés de pensamento de seus mentores, divulgou nota  afirmando que a nomeação de um diretor fiscal pela ANS não tem a menor importância ou o menor sentido porque a GEAP está no melhor dos mundos!
É um cinismo olímpico.
Claro que se a GEAP estivesse no melhor dos mundos a ANS não tomaria conhecimento.
Se tomou é porque não está.
Não tendo a estrutura das operadoras privadas que tem um custo muito maior, risco muito maior, exposição a desmandos muito maiores, etc.
O sr. Luis Carlos, diretor executivo da GEAP, indicado pelo PP de Pernambco (???) omite na sua lenga-lenga:
- a operação de R$ 62 milhões (ou mais) para ensinar alguns geapinos a escovar os dentes!
- a pressão e  demissão do auditor que descobriu suas traquinagens.
- sua disposição de impor  o contrato do limpa-dente;
- a situação real da GEAP. Quanto arrecadou em 2014 (com o aumento de até 400%) e quanto pagou?
- Porque a GEAP só atua nas capitais?
- Por que a GEAP não está onde estão os servidores públicos?
_ Por que a GEAP não se preocupa com o seu negócio?
- Por que a GEAP tem que pagar multas sobre multas à ANS e ainda tem que contratar serviços de  consultoria até para pagar as multas na ANS?
O sr. Luis Carlos poderia pedir licença do cargo, principalmente depois que o Correio Braziliense, de 29.10.2015, abriu as contas da GEAP identificando um rombo de R$ 466 milhões.

É justo o nosso temor que  a conta nos seja , de novo, apresentada.

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