sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Monitor fiscal
Publicação do Senado ajuda a entender os gastos do governo
Da Redação | 04/09/2015, 17h07 - ATUALIZADO EM 09/09/2015, 16h44
Começou a circular nesta semana a edição de setembro do Monitor Fiscal, produzido pelas Consultorias de Orçamento do Senado e da Câmara dos Deputados para acompanhar os gastos do governo e dar mais transparência à execução do Orçamento federal. Com linguagem acessível e direta, o boletim é mais um instrumento para o Congresso Nacional cumprir seu papel constitucional de acompanhar a situação fiscal da União. Nesse número, a matéria principal mostra que o desempenho acumulado pela União, até o momento, encontra-se muito distante do objetivo fixado para o exercício de 2015. Todos os textos e infográficos são produzidos com base nas informações oficiais divulgadas pelo Poder Executivo.
— É um documento bastante sintético, com linguagem simples e direta, que tem como público-alvo os parlamentares e a sociedade em geral — explicou o consultor de Orçamento Paulo Bijos, ao falar sobre a dificuldade da maioria das pessoas de entender termos técnicos quando o assunto é economia.
O objetivo do Monitor Fiscal está ligado ao acompanhamento da situação fiscal para subsidiar parlamentares em suas análises e tomadas de decisão, além de divulgar o "olhar" do Poder Legislativo para a sociedade, destaca o consultor. Para isso, trata mensalmente de temas como superávit primário, desempenho do governo federal, evolução das receitas primárias, endividamento e contingenciamento de recursos do Orçamento. A ideia, conforme Paulo Bijos, é retratar o desempenho fiscal da União ao longo do ano.
— O Monitor Fiscal tem uma repercussão cada vez maior, tendo em vista que, a partir da segunda edição [publicada em agosto], passou a constar como encarte do Jornal do Senado — disse.
Leia maisDestaques
O consultor explicou por que o desempenho acumulado pela União até o momento — destaque da edição de setembro — encontra-se muito
distante do que foi estabelecido para o exercício de 2015.
— A meta da União para este ano é uma economia de R$ 55 bilhões, mas o que a gente observa é que o governo apresentou um déficit primário nos dados acumulados até julho de R$ 8,7 bilhões — observou.
De acordo com o consultor de Orçamento, existe a expectativa de que a situação seja revertida. Isso porque o próprio governo enviou ao Congresso Nacional projeto de lei (PLN 5/2015) que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para reduzir o índice estipulado, já que existem evidências de que ele não será alcançado.
— A meta de superávit vai ser reduzida de R$ 55 bilhões para R$ 5,8 bilhões. Ela é acompanhada por uma sistemática que flexibiliza demais [esse número] — disse.
O cenário atual, segundo o consultor, revela uma ausência de previsibilidade de resultados fiscais. Não é possível, afirmou, definir ao certo qual será o índice perseguido ao longo do ano.
— Há a percepção de que, até a metade do exercício, o resultado foi bastante fraco e, diante da impossibilidade de cumprimento da meta original, a tendência é que se alcance um valor semelhante ao do ano passado [déficit de R$ 20 bi] — declarou.
O resultado deficitário de R$ 8,7 bilhões representa o menor valor para o período, levando em conta os dados da série histórica iniciada em 1997. Para que a meta do ano seja alcançada, é necessário uma economia de R$ 64 bilhões nos últimos cinco meses.
Quando o governo arrecada mais do que gasta, significa que houve superávit primário. Se, no entanto, as despesas superam as receitas, ou seja, o governo gasta mais do que arrecada, há um déficit primário.

 

 

Leia mais no

ANASPS/ON LINE/Extra
Ano XVII, Edição nº 1413

Brasília, 18 de Setembro de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário