terça-feira, 1 de julho de 2014

Semana marcada pelas Convenções Eleitorais e Abertura de Processos Contra Parlamentares no STF

A quarta semana de junho foi movimentada nos corredores do Palácio do Planalto, com destaque para a mudança ministerial promovidas pela presidente Dilma Rousseff. O destaque do Legislativo foi o anúncio da aposentadoria do senador José Sarney (PMDB/AP).
O senador pelo Amapá, José Sarney, anunciou que não pretende concorrer à reeleição para o Senado Federal. Ao longo dos seus 60 anos de vida pública, José Sarney foi eleito três vezes deputado federal, uma vez governador do Maranhão, cinco vezes senador da República (dois mandatos pelo Maranhão e três pelo Amapá), quatro vezes presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional e Presidente da República de 1985 a 1990. A perspectiva é que o PMDB amapaense anuncie a candidatura do presidente local do partido, Gilvam Borges, em substituição a José Sarney.
Na terça-feira (24), Dilma participou do Conselho Nacional de Política Energética onde anunciou a contratação da Petrobrás na exploração de óleo excedente de quatro campos de exploração, pelo modelo de partilha. A ideia do governo é que os quatro campos produzam entre 10 a 14 bilhões de barris de petróleo. Segundo a presidente, com essa exploração, R$ 600 bilhões deverão ser destinados para a educação e saúde.
Após participar do Conselho, a presidente compareceu à Convenção Nacional do PROS. Na ocasião, o partido recém criado, que conta em seus quadros com Ciro e Cid Gomes, anunciou o apoio à reeleição de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro.
Já o julgamento do deputado Paulo Cesar Quartieiro (DEM/RR) foi suspenso após o ministro Luiz Fux solicitar vista dos autos. O deputado é acusado dos crimes de contrabando de combustíveis e de exposição a perigo de explosão.
Na quarta-feira (25), a presidente Dilma participou da cerimônia de assinatura do Decreto que institui o Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento. O programa tem a pretensão de elevar escala da ciência e tecnologia no Brasil a fim de apresentar soluções a temas importantes do desenvolvimento econômico e social do país.
Depois, ainda no Palácio do Planalto, Dilma participou do lançamento da 2ª fase do Programa Ciência sem Fronteira. A segunda fase deve oferecer mais de 100 mil bolsas de estudo no exterior para graduação e pós-graduação. A primeira fase do programa já ofereceu mais de 83 mil bolsas de estudo e até setembro deverá atingir a marca de 101 mil bolsas no exterior.
A presidente ainda anunciou mudanças na composição dos ministérios para atender uma solicitação do PR. O ministro dos Transportes, César Borges (PR), foi substituído pelo ex-ministro da pasta, Paulo Sérgio Passos, também do PR. César Borges assumiu a Secretaria de Portos da Presidência da República. A posse dos ministros ocorreu na quinta-feira (26).
Ainda em uma agenda cheia, a presidente compareceu à Convenção Nacional do PSD, do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O partido referendou, com mais de 94% dos votos, o apoio à reeleição de Dilma. Com isso, a presidente ganha mais 1 minuto e 40 segundos de tempo para propaganda no rádio e na TV.
Já a Convenção Nacional do PP terminou em confusão. O partido não conseguiu definir se apoiará a reeleição de Dilma ou irá apoiar outro candidato. A Executiva do partido queria confirmar o apoio à Dilma, contudo, alguns diretórios regionais se manifestaram contra, o que acabou inviabilizando a decisão. O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), ainda aprovou uma resolução que dá ao Diretório Nacional o poder de decidir qual será o apoio do partido, todavia, alguns integrantes da Executiva Nacional e filiados do partido ingressaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular a resolução, alegando que não houve manifestação majoritária dos presentes, contudo não obtiveram sucesso, uma vez que o ministro Henrique Neves, indeferiu a liminar interposta. Dessa forma, a decisão da Executiva, de apoiar Dilma, foi mantida.
No final do dia, a presidente anunciou a sanção, sem vetos, da Lei nº 13.005, que dispõe sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE). O PNE terá vigência de 10 anos e norteará a atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na área da educação e qualificação dos professores. O PNE tem 20 metas, que tratam da melhoria da qualidade do ensino infantil até o superior e técnico, bem como aponta o desafio de erradicar o analfabetismo no Brasil e incluir todas as crianças de até 5 anos no ensino infantil.
Foram divulgados alguns dados econômicos importantes. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou em 4,5% a meta inflacionária para o ano de 2016. A meta inflacionária é decidida sempre dois anos antes e, desde 2005, e vem se mantendo no patamar de 4,5%.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) também anunciou o resultado do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) para o mês de junho. Segundo a Fundação, o índice alcançou o patamar 1,25% em junho, mas menor do que 1,37% registado em maio. No acumulado de 2014, o INCC-M teve alta de 4,72% e nos últimos 12 meses a alta é de 7,14%.
O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (DIEESE) também divulgou os dados da pesquisa sobre emprego e desemprego de maio. Houve uma diminuição do desemprego, saindo de 11,1% em abril para 10,9% em maio. A estimativa do DIEESE é que 2.267 milhões de pessoas estavam desempregadas em maio. As maiores altas no nível de emprego foram registradas em Recife (1,4%) e Belo Horizonte (0,9%), e as maiores diminuições, em Porto Alegre (-1,8%) e Fortaleza (-0,5%). Os registros em Salvador (-0,3%) e São Paulo (-0,2%) foram considerados estáveis.
No Legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), foi à rede nacional de rádio e televisão para apresentar um balanço das atividades da Casa no primeiro semestre de 2014. Durante a sua fala, Alves apontou as principais matérias aprovadas no período, com destaque para o projeto de cotas raciais nos concursos públicos, o PNE, além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a presença de defensores públicos em todas as circunscrições jurisdicionais.
Já no Senado Federal, foi encerrado o prazo para apresentação de recursos ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 63/2013, que garante celeridade nos processos na Justiça do Trabalho. Desta forma, o projeto seguirá à sanção presidencial.
No STF, o pleno da Suprema Corte finalizou a análise das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) à Resolução do TSE sobre o tamanho das bancadas federais dos estados. Os ministros julgaram inconstitucional parágrafo único do artigo 1º da Lei Complementar (LC) 78/1993, que autoriza o Tribunal Superior Eleitoral a definir o tamanho das bancadas dos estados e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados, e da Resolução 23.389/2013, do TSE. Agora, os ministros se reunirão semana que vem para modular os efeitos da decisão.
Os ministros também indeferiram o pedido do ex-presidente do PT, José Genoíno, de cumprir sua pena em regime domiciliar. Genoíno foi condenado a 4 anos e 8 meses de prisão em regime semiaberto, na Ação Penal (AP) 470. Por outro lado, os ministros deram provimento ao recurso do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, relativo à realização de trabalho externo. O relator da AP 470 e das execuções penais a ela relacionadas, Luís Roberto Barroso, entendeu que a decisão do ex-relator da matéria, Joaquim Barbosa, de que o trabalho externo só poderia acontecer após o cumprimento de 1/6 das penas, não poderiam ser aplicados nos casos de regime semiaberto, como é o entendimento pacífico dos tribunais locais e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na quinta-feira (26), Dilma Rousseff viajou a São Paulo para anunciar investimentos do governo federal para a área de infraestrutura e combate às enchentes na região metropolitana de São Paulo e de Santos. O governo federal investirá 1,98 bilhão de reais em VLPs (Veículos Leves sobre Pneus) e corredores exclusivos de ônibus e R$ 651 mil para investimento em obras para combate a enchente na região metropolitana de São Paulo, e R$ 481 milhões para mobilidade urbana na região de Santos.
O Banco Central do Brasil (Bacen) reviu, para baixo, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2014. A expectativa de crescimento era de 2%, mas o Bacen o rebaixou para 1,6%, e a estimativa de inflação subiu para 6,4%, perto do teto de 6,5%.

Na sexta-feira (27), a FGV apontou recuo de 0,74% no Índice Geral Preços – Mercado (IGP-M), que serve como parâmetro para o reajuste dos aluguéis. O acumulado do ano é de 2,45% e nos últimos 12 meses é de 6,24%.

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