Congresso mantém
veto ao reajuste da aposentadoria pela variação do salário mínimo
Da Redação | 18/11/2015, 15h53 - ATUALIZADO EM
18/11/2015, 16h47
Jane de Araújo/Agência Senado
O Plenário do Congresso
Nacional manteve nesta quarta-feira (18) o veto presidencial (VET 29/2015) ao reajuste dos benefícios de
aposentados e pensionistas do INSS pelas mesmas regras da política de
valorização do salário mínimo. O veto recebeu 160 votos favoráveis e 211
votos pela derrubada, 46 a menos do que o necessário na Câmara dos Deputados.
Como o veto foi mantido na Câmara, não houve necessidade de votação pelos
senadores.
Na defesa da decisão da
presidente da República, o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) disse que a derrubada
do veto poderia gerar um custo adicional à Previdência Social de R$ 11 bilhões,
o que, segundo ele, é inviável. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) rebateu
afirmando que, ao mesmo tempo em que o governo alega falta de dinheiro para
pagar os benefícios previdenciários, a Petrobras calcula um prejuízo de R$ 40
bilhões apenas com os casos de corrupção.
Com a manutenção do veto a
partes da Lei 13.152/2015, que prorroga até 2019 a
atual política de valorização do salário mínimo, aposentados e pensionistas que
recebem mais de um salário continuarão contando apenas com a reposição da
inflação, sem ganho real. Na justificativa, a presidente Dilma Rousseff afirmou
que a vinculação entre o salário mínimo e os benefícios pagos pelo Regime Geral
da Previdência Social violariam a Constituição.
Pela lei, os reajustes do
salário mínimo corresponderão à variação, acumulada nos 12 meses anteriores ao
mês do reajuste do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado e
divulgado pelo IBGE.
Congresso derruba
veto ao voto impresso e mantém proibição a financiamento privado de campanhas
Da Redação | 18/11/2015,
22h14 - ATUALIZADO EM 18/11/2015, 22h25 Jonas Pereira/Agência Senado |
O
Congresso Nacional decidiu nesta quarta-feira (18) que os votos deverão ser
impressos. Com 368 votos de deputados e 56 de senadores, foi derrubado o veto à
parte da reforma política que previa a impressão dos votos. Fica valendo agora
o texto tal qual saiu do Parlamento - no processo de votação eletrônica, a urna
imprimirá o registro de cada voto, que será depositado em local lacrado, sem
contato manual do eleitor. Ainda segundo a
Lei 13.165/2015, essa regra deve valer na primeira eleição geral após a
aprovação da nova legislação.
Ao
justificar o veto, Dilma Rousseff explicou que, de acordo com o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), a medida geraria um impacto de R$ 1,8 bilhão com
despesas de compra de equipamentos e custeio das eleições. Além disso, também
de acordo com a justificativa, o aumento das despesas não veio com estimativas
de impacto orçamentário-financeiro.
O
senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) explicou que a derrubada do veto recuperou
a vontade da Câmara e do Senado, que votaram pela obrigatoriedade da impressão
dos votos. O senador disse que o objetivo é assegurar ao eleitor uma
contraprova do voto dado.
-
A urna eletrônica é, sem dúvida, um avanço, mas não pode ficar estagnada no
tempo - disse Cássio Cunha Lima.
O
senador José Pimentel (PT-CE) defendeu a manutenção do veto da presidente Dilma
Rousseff . Lembrou que a recomendação para o veto veio do TSE, por causa dos
altos custos da mudança.
-
Como estamos tomando uma série de medidas por conta da limitação de recursos
públicos, entendemos que não temos condições de investir na impressão de votos
- afirmou Pimentel.
Doação de empresas
Se
derrubou o veto ao voto impresso, o Congresso manteve o veto (VET
42/2015) para a possibilidade de candidatos ou partidos políticos receberem
dinheiro de pessoas jurídicas para campanha eleitoral. Ao vetar essa parte do
projeto da reforma política, a presidente Dilma Rousseff argumentou que as
doações e contribuições de empresas confrontam “a igualdade política e os
princípios republicano e democrático, como decidiu o Supremo Tribunal Federal
(STF)”.
Quando
a reforma política foi votada no Senado, em setembro deste ano, a maioria dos
senadores decidiu pela proibição de doações de empresas e outras pessoas
jurídicas a partidos políticos e a candidatos. Ao voltar para a Câmara, no
entanto, os deputados optaram por manter, na reforma, essa possibilidade,
considerada, posteriormente, inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
Alessandro
Molon (Rede-RJ) disse que a eventual derrubada do veto seria uma afronta ao
STF. Afirmou ainda que as eleições municipais de 2016, sem o dinheiro das
empresas e, por consequência, com campanhas mais baratas, serão um teste para
esse novo modelo de financiamento da política.
O
deputado Onix Lorenzoni, por outro lado, acredita que o Supremo cometeu um erro
ao proibir as doações de pessoas jurídicas. Para ele, os ministros equipararam
o Brasil do século 21 ao Brasil da época da ditadura, quando esse tipo de
contribuição também foi vetada.
Para
que o veto caísse seriam necessários 257 votos, mas foram 220 pela derrubada,
190 pela manutenção, além de cinco abstenções.
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