CNPC: Aprovada nova regra para solvência dos fundos de pensão A medida, proposta pela Previc, evita
injustiças ao tratar de forma diferente planos de benefícios que são diferentes
Publicado: 25/11/2015 17:13, Última modificação: 25/11/2015
18:39
CNPC se reuniu nesta quarta-feira(25),
em Brasília. Foto: Erasmo Salomão/MTPS. Mais fotos
Da
Redação (Brasília) – A partir de 2016, as entidades fechadas de previdência
complementar seguirão novas regras no que diz respeito à solvência dos planos
de benefícios – que é a capacidade de honrar os pagamentos aos participantes,
no futuro. Com a mudança, aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Complementar (CNPC), nesta quarta-feira (25), o equacionamento dos déficits dos
fundos de pensão passará a ser feito de acordo com a duration dos planos – termo
utilizado para indicar o tempo médio de pagamento de benefícios aos
participantes.
A
proposta foi apresentada ao CNPC pela Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc), autarquia que fiscaliza e supervisiona os fundos de
pensão, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). De
acordo com o diretor-superintendente, Carlos de Paula, a alteração é necessária
para levar justiça ao sistema. “O novo critério permite tratar planos
diferentes de forma diferente, em vez de obrigar que se tratem os desiguais de
uma única forma, gerando injustiça”. Ele observou que a regra segue práticas
internacionais, respeita as particularidades de cada plano e, além disso, exige
garantias reais para os participantes.
Atualmente,
os planos precisam saldar os déficits independentemente da necessidade de pagar
benefícios. Ou seja, planos maduros (que já pagam benefícios a milhares de
participantes há muito tempo) e planos jovens com duration maior (que ainda pagarão benefícios
por muito tempo futuro) obedecem às mesmas regras.
“Muitas
vezes, esses déficits, ou parte deles, são apenas conjunturais. Não vão
interferir na capacidade do plano honrar seus compromissos no futuro, caso a
conjuntura econômica mude. O que estamos fazendo é permitir que aqueles planos
com duration
maior – planos menos maduros e que vão pagar benefícios por um longo tempo
ainda – possam equacionar esse déficit num prazo maior, sem precisar cobrar
taxas extras dos participantes agora, talvez desnecessariamente”, explicou o
secretário de Políticas de Previdência Complementar do MTPS, Jaime Mariz.
O
secretário acrescentou que sem a alteração na regra os planos jovens são
penalizados porque precisam cobrar taxas extras e fazer aplicações de curto
prazo, quando o déficit poderá ser solucionado mais adiante com o resultado das
aplicações feitas a longo prazo, segundo a conjuntura econômica.
Previdência Complementar – O Sistema de Previdência Complementar Fechado do Brasil ocupa a
8ª posição no ranking mundial. Possui atualmente 317 entidades que administram
1.099 planos de benefícios, com ativos totais que superam R$ 704 bilhões,
aproximadamente 13% do PIB nacional. Em 2014, o sistema pagou mais de R$
35 bilhões em benefícios.
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