Porque somos contra o fator previdenciário
Paulo César Reis de Souza (*) |
Acredito que tenha
escrito pelo menos 10 artigos contra o fator previdenciário, instituído em 1999
para salvar a o Regime Geral de Previdência Social-RGPS. Hasteamos nossa
bandeira antes do senador Paulo Paim que , conosco, vem lutando contra, enfrentando
a oposição do Executivo, a omissão dos sindicatos , federações, confederações e
entrais de trabalhadores, a arrogância do Legislativo e a ignorância do Judiciário.
O mercado sempre foi a
favor, exultando com as renuncias, desonerações e refis, saqueando a
Previdência. O Executivo sempre quis e
conseguiu considerar a previdência social como instrumento de política fiscal.
A horda de especialistas terceirizados, pegando o gancho da relação déficit da
previdência/PIB elegeu a previdência
como ameaça ao equilíbrio fiscal e ao crescimento do déficit público.
Nada disso nos
atemorizou nem mesmo quando se apossaram da divida ativa do INSS e jogaram no
arquivo morto da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e quando surrupiaram
receita da previdência social e jogaram
no saco da Receita Federal.
Por que somos contra o
fator. Eis nossas razões:
1)
O fator foi inventado e proposto pelo
Fundo Monetário Internacional-FMI, no tempo em que o Brasil era dependente do
FMI
2)
O FMI também propôs o fim do FGTS, a
redução em 50%do valor do benefício assistencial e a fusão da Caixa com o Banco do Brasil.
3)
A proposta visava reduzir o déficit da
Previdência que fora de R$ 9,4 bilhões em
1999, caiu para R$ 7,9 bilhões em 2010 e no 2º reinado de FHC bateu os
R$ 37.,8 bilhões.(preços nominais)
4)
Não reduziu o déficit que nos dois reinados de Lula e no 1º de Dilma
chegou a R$ 435 bilhões.(preços nominais)
5)
Não custa lembrar que o déficit foi
coberto pela receita Seguridade Social, que transferiu R$ 25,6 bilhões no 2º
reinado de FHC e R$ 832,5 bilhões nos dois reinados de Lula e no 1º de Dilma,
preços nominais
6)
O fator serviu tão somente para
retardar a concessão e achatar o valor dos benefícios, criando insegurança ,
incerteza e empobrecendo os aposentados.
7)
O Ministério da Previdência Social
informa que as duas maldades contra os 48.455.018 segurados do INSS que se aposentaram entre
2003 e 2013 (muitos dos quais já morreram) proporcionou uma economia de R$
100,0 bilhões ao INSS.
8)
A ANASPS nega a economia, na verdade,
que deveria ser reconhecidas pelo governo federal (que deveria pedir desculpas
a atual geração de brasileiros) como
perdas de R$ 100,0 bilhões dos segurados do INSS.
9)
A ANASPS sempre defendeu a substituição
do fator pela fixação da idade mínima. O Brasil é um dos três países que não
tem idade mínima para o Regime Geral de Previdência Social-RGPS muito embora
tenha para os Regimes Próprios.(exclusive para os militares da União e dos
Estados).
10)a ANASPS aceita a
proposta da Fórmula 85/95 como alternativa, pois o importante é acabar com o
fator, que ameaça o futuro de 60 milhões de segurados contribuintes do RGPS.
11)Cerca de 80% dos
benefícios pagos pelo INSS, inclusive os 28 milhões do RGPS e os 4 milhões da
LOAS), são de um salario mínimo.
12)O valor médio do
benefício urbano do RGPS na manutenção
que era de R$ 274,09 em jan 2000 passou a R$ 927,75 em dez 2014. Na
concessão , em jan de 2000, era de R$ 383,48 em chegou a 1.072,86 em dez de
2014. O salario mínimo em 2000 era de R$ 136,00 e em 2014 R$ 724,00
13) A manutenção do
fator previdenciário degrada o RPGS e está abrindo caminho para que se institua
o beneficio mínimo de um salário mínimo, inaugurando a previdência chinesa.
14)O Congresso (Senado e Câmara) já aprovou a
extinção do fator uma vez, mas o Presidente Lula vetou.
15)A Câmara aprovou duas
vezes.
16)O Senado que aprovou
uma vez deve aprovar pela segunda vez , incluso que está na emenda na MP das
pensões e auxilio doença.
17)Os números e as projeções, todos fajutos, a favor do fator, fazem parte da empulhação
pouco entendem de Previdência. Dizer que vai custar R$ 100 bilhões, no curto
prazo, ou R$ 2,0 trilhões em 30 anos,
como “técnicos” trombetearam, como profetas do caos, é uma agressão à sociedade brasileira e ao bom
senso.
18)O governo já sinalizara que apoiaria a Formula 85/95, tanto que criou um
Grupo de Trabalho.
19)0 Mais grave: o problema estrutural da Previdência não está nos
benefícios, mas no financiamento, com as renúncias, desonerações, não cobrança
da divida administrativa e ativa , (esta de R$ 300 bilhões), os novos
“funrurais criados pelo populismo” e os 12 refis que favorecem os caloteiros
Paulo César Regis
de Souza é presidente da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da
Seguridade Social-ANASPS.
(Atualizado em 13:53h, 03 de junho 2015)
(Atualizado em 13:53h, 03 de junho 2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário