Congresso derruba veto ao projeto que eleva a 75 anos aposentadoria
compulsória no serviço público
Publicou o site do Senado Federal, Da Redação | 01/12/2015, 23h30 - ATUALIZADO EM 02/12/2015, 09h49
Marcos Oliveira/Agência Senado
Os servidores públicos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios poderão trabalhar até os 75 anos antes de serem obrigados a se
aposentar. Pela regra atual, essa aposentadoria se dá aos 70 anos. O Congresso
Nacional derrubou, na noite desta terça-feira (1º), o veto integral (VET 46/2015) ao projeto apresentado pelo
senador José Serra (PSDB-SP), que muda a idade máxima para permanência no
serviço público.
Entre os senadores, foram 64 votos a favor da derrubada do veto e apenas
2 contrários. Já na Câmara dos Deputados, foram 350 votos pela derrubada e 15
contrários, além de 4 abstenções.
A proposta (PLS 274/2015 - complementar) foi apresentada
para regulamentar a Emenda Constitucional 88, que determina que ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), dos tribunais superiores e do Tribunal de
Contas da União (TCU) se aposentarão compulsoriamente aos 75 anos de idade.
Serra disse que a extensão da aposentadoria compulsória é vantajosa tanto para
o servidor quanto para a administração pública.
- É uma questão de interesse do país. O governo vai economizar entre R$
800 milhões e R$ 1,2 bilhão por ano, com o aumento do tempo de serviço. [O
projeto] também é bom para a sociedade – explicou o senador, que defendeu o
projeto como constitucional.
Os parlamentares foram quase unânimes na defesa da derrubada do veto. O
presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que a proposta não é uma questão
de governo ou de oposição, mas é “uma efetiva medida de economia para o país,
além de destacar o respeito com a idade”. Para o deputado Arnaldo Faria de Sá
(PTB-SP), faltou habilidade para o governo ao decidir pelo veto. Ele registrou
que o fato de um servidor se aposentar mais cedo significa que o governo terá
de pagar um aposentado e um novo servidor. Assim, segundo o deputado, o governo
trabalhou contra o ajuste fiscal.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) explicou que o veto não tinha a ver
com o mérito, mas apenas com a questão da iniciativa – situação que depois foi
pacificada por um novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). O líder
do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), também anunciou o voto pela derrubada do
veto. O deputado Silvio Costa (PSC-PE) chegou a dizer que o veto foi um
“equívoco do governo”. O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel
(PT-CE), informou que os integrantes da base estavam liberados para a votação.
Assim, com ampla maioria, o veto foi derrubado.
Razão do veto
Ao vetar integralmente o projeto, a presidente Dilma Rousseff alegou que
o tema é de iniciativa exclusiva do presidente da República e, por isso, a
proposta é inconstitucional. Essa norma, ainda segundo a justificativa do veto,
está prevista no Art. 61, inciso II da Constituição, que traz entre as
iniciativas privativas do presidente da República propor leis que tratem do
regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos
servidores públicos da União. Apesar das argumentações do Executivo, o veto foi
derrubado e a matéria agora segue para promulgação.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado
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