COBRANÇA DAS DIVIDAS DOS CLUBES FEDERAÇÕES E CONFDERAÇÕES DE FUTEBOL
OPINIÃO DA ANASPS
Desde 1974 quando foi criado o
Ministério da Previdência, portanto há
41 anos, que a Previdência tenta estruturar o relacionamento entre a
Previdência Social e os clubes de futebol do pais.
Naquele ano foi fixada a contribuição dos clubes, subsidiada, e
disciplinada a contribuição dos atletas profissionais e dos empregados dos
clubes, federações e confederações.
Mas os clubes nunca honraram seus compromissos, com raras exceções.
Desde então, o endividamento cresce. Todo dinheiro dos clubes some entre
dirigentes e cartolas, empresários e intermediários. Um futebol rico, com
atletas de alto nível, e uma gestão atrapalhada.
Nos últimos 12 anos, os clubes estiveram nos vários REFIS. Parcelaram as
dividas, pagaram uma prestação, pegaram certidão para fins específicos,
voltaram a inadimplência.
A conclusão que se tira é que os dirigentes não querem pagar e
transferem a conta aparentemente para o governo quando na verdade é para toda a
sociedade.
90% dos atletas recebem no máximo dois salários mínimos. Idem os
empregados. Os clubes não recolhem o INSS, o FGTS o Imposto de Renda. Os
atletas de ponta tem outro tipo de remuneração como pessoa jurídica e seus
próprios cartolas (empresários). Mas também sonegam.
A Previdência já foi obrigada a não tomar os estádios.
Mas os dirigentes? Formam a banda podre do esporte brasileiro. A banda
podre tem a “bancada da bola”, que foram subsidiados pela CBF, e que
aproveitaram uma MP que tramitava no Congresso e “tascaram” a chamada de
“emenda dos caloteiros”, que dava 20 anos para os clubes não pagar o que devem
e que foram apropriados por dirigentes...
O valor da divida com a Previdência Social, o FGTS e o Imposto de Renda
é de R$ 4 bilhões.
NA BUSCA DE SOLUÇÃO FOI CRIADO UM GT
Presidência
da República
CASA
CIVIL
PORTARIA
No - 170, DE 27 DE JANEIRO DE 2015
O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA CASA CIVIL
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA , no uso de suas atribuições e tendo em vista o
disposto no art. 2 o , § 2 o , da Portaria Interministerial n o 140, de 22 de
janeiro de 2015, resolve DESIGNAR os seguintes membros para compor o Grupo
Técnico Interministerial - GTI, que tem como finalidade elaborar proposta
legislativa para modernizar a gestão do futebol brasileiro, promover a
transparência e a responsabilidade fiscal das entidades desportivas e
disciplinar a possibilidade de refinanciamento de suas dívidas com a União:
Casa
Civil da Presidência da República:
IVO
DA MOTTA AZEVEDO CORRÊA;
Ministério
da Fazenda:
FABIO
FRANCO BARBOSA FERNANDES;
Ministério
do Esporte:
IVAN
ALVES SOARES;
Ministério
da Justiça:
GABRIEL
DE CARVALHO SAMPAIO;
Ministério
da Previdência Social:
JOSÉ
EDUARDO DE LIMA VARGAS;
Advocacia-Geral
da União:
GUSTAVO
CALDAS GUIMARÃES DE CAMPOS.
ALOIZIO
MERCADANTE OLIVA
Escolha o placar: o veto de Dilma foi o primeiro gol da reação
pós-Copa ou o do empate pós-ministério?
Juca Kfouri FOLHA DE S. PAULO - SP | ESPORTE
Ao vetar o refinanciamento da dívida dos clubes em 20 anos e sem
mudança no modelo de gestão, Dilma Rousseff não apenas cumpriu com a palavra
empenhada junto ao Bom Senso FC (BSFC), mas sinalizou que quer mudanças para
valer no futebol e no esporte brasileiros.
Se significou a maior derrota da CBF desde os 7 a 1, representou
também o primeiro gol para amenizar a goleada.
Agora, a toque de caixa como quer o governo federal, e sob a
coordenação da Casa Civil, os ministérios da Justiça, da Previdência Social, da
Fazenda e do Esporte, além do BSFC, CBF, especialistas e jornalistas,
comporão um conselho para definir, baseado no que já foi feito em torno da
Lei da Responsabilidade Fiscal do Esporte, a proposta final a ser submetida
ao novo Congresso Nacional.
O reconhecimento formal do BSFC fortalece o movimento dos
jogadores e a indicação de Edinho Silva para Autoridade Pública Olímpica
(APO) revela a vontade política de mudar para valer o status quo de nosso
esporte, quem sabe o gol de empate, o do 1 a 1, depois da montagem de um
ministério do Esporte ainda menos relevante que o anterior.
Ex-prefeito eleito e reeleito de Araraquara, presidente do PT
paulista, tesoureiro da última campanha de Dilma Rousseff, Silva não cai de
paraquedas no esporte, ao contrário do que se possa supor.
Sociólogo elogiado por seus professores e professor elogiado por
seus alunos, ele foi o responsável por produzir alentada reflexão sobre o
caminho que o governo deveria percorrer para tirar o Brasil da Idade da Pedra
em termos de política esportiva.
Com carta branca dada pela presidenta para formular o legado
esportivo da Rio-16, Edinho Silva tem plena consciência da sua
responsabilidade e da expectativa criada em torno dele por substituir o
discreto general Fernando Azevedo e Silva como APO a pouco mais de um ano da
Olimpíada.
De boas intenções, sabemos todos, o inferno está repleto e de
promessas não cumpridas nós é que estamos cheios.
Ao menos, desta vez, neste 2015 pra lá de problemático, o
esporte começa com uma promessa cumprida fielmente, apesar de todas as
pressões, por Dilma Rousseff e pelo ministro Aloísio Mercadante: o veto ao
novo engodo que a CBF e a bancada da bola quiseram impor ao país.
Não é nada, não é nada, é um gol.
O do 7 a 2 e o do 1 a 1.
Desesperar jamais!
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Ano XVIII, Edição nº 1.347
Brasília , 30 de janeiro de 2015
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