quinta-feira, 31 de julho de 2014

A desoneração da receita previdenciária ameaça o futuro da previdência


Por Paulo César Régis de Souza (*)
A julgar pelas intervenções, declarações e decisões unilaterais do ministro da Fazenda Social, Guido Mantega, a desoneração da receita previdenciária (substituição da contribuição patronal calculada sobre a folha de salários por uma alíquota de 1 a 2% aplicada ao faturamento) não ameaça o futuro da Previdência Social pública. Pretensão e água benta é o forte do Ministro Mantega que não tem acertado no atacado e no varejo!
Todo processo de desoneração passou longe do Ministério da Previdência Social, cujas opiniões doutrinárias (?) foram desconsideradas como não foram consultados os 60 milhões de segurados contribuintes e os 27 milhões de beneficiários do Regime Geral de Previdência Social-RGPS, 90% recebendo um salário mínimo e com ameaça de 100%, com beneficio médio de menos de três salários mínimos.
É uma vilania desmedida o que se fez e se está fazendo com a Previdência Social pública, obrigando o cidadão a contribuir por 35 anos e receber o salario mínimo, enquanto os que não contribuem, ao chegar aos 65 anos, recebem também um salario mínimo. O país virou as costas ao futuro de seu povo trabalhador.
O “pai” da desoneração, Nelson Barbosa, já não esta na Fazenda Social, que deveria expirar em princípios de 2015.
Os objetivos da desoneração foram meramente fiscais (jamais previdenciários): redução do custo de mão-de-obra, sem diminuir os salários e os direitos dos trabalhadores (?); redução do custo de produção e exportação; redução do preço de bens e serviços para o consumidor (redução da inflação) (?); aumento da competitividade do produto brasileiro; produção; geração de mais empregos. Formalização da mão-de-obra; expansão maior do PIB. Tudo blefe, enfiado goela abaixo do MPS, do INSS, do RGPS, de um Congresso submisso e de lideranças domesticadas e amestradas de trabalhadores. Mas foi assim que o Sr. Mantega lançou o pacote fiscal da desoneração em 13.09.2012. Naquele dia, afirmou com uma auto-suficiência japonesa que o impacto seria de R$ 12,8 bilhões do PIB de 2013, de R$ 4,9 trilhões. Em 2012.
Fora de apenas R$ 3,0 bilhões e em 2014, seria de R$14,1 bilhões.
A ANASPS e alguns especialistas (poucos, aliás) protestaram. Pelos dados da Associação Internacional de Seguridade Social-AISS a contribuição sobre a folha é a principal fonte universal de custeio das previdências mundiais. O Brasil faz desde o final de 2011 uma experiência fiscal, revogando, de forma arbitrária e autoritária, a contribuição sobre a folha, um dos pilares do financiamento da previdência. Na realidade, antes os empresários brasileiros pediam a eliminação pura e simples a contribuição patronal, jogando nas costas dos trabalhadores, como desastradamente se fez no Chile, o custeio de aposentadorias e pensões.
Na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO de 2014, as projeções de desoneração da folha foram estimadas em R$ 19,3 bilhões. (bem diferente dos R$ 14,1 bilhões anunciados pelo Ministro Manteiga)
Em 29.01.2014. O Ministro Manteiga sentenciou que “a desoneração da folha de pagamentos (iniciada em dezembro de 2011) tem contribuído para reduzir o custo do setor produtivo (?)” Já seu Secretario de Política Econômica do Ministério da Fazenda Social, Marcio Holland, substituto do sr. Barbosa, afirmou que “a medida teve um efeito tão positivo que tanto os empresários quanto as centrais já começaram uma discussão para tornar a desoneração definitiva” (sic), através de uma tal de Comissão Tripartite de Desoneração da Folha da Pagamentos (CTDF) com representantes da Fazenda, empresários e centrais (estas não foram mencionadas). O Ministério da Previdência não foi citado, mas 56 setores e segmentos de setores foram contemplados.
Em 27.05.2014, o ministro Manteiga lançou outro dado (3º) sobre o valor da desoneração dos 56 segmentos para 2014: R$ 21,6 bilhões, correspondendo a 60% da contribuição patronal sobre a folha),sendo R$ 13, 5 bilhões da Industria de transformação e a construção civil e R$ 8,0 bilhões do setor de serviços, incluindo varejo e transportes. Como a desoneração só iria a até 31.12.2014, por isso fora estimada em zero pela LDO, ele proclamou a que a desoneração será permanente e enfatizou que foi uma “decisão da presidenta Dilma Rousseff” , depois de ouvir a Confederação Nacional da Industria – CNI que realizou pesquisa em que 96% considera a desoneração altamente positiva, como se pudesse esperar o contrário. O Ministério da Previdência não foi ouvido. Naquele dia falou que o fim da contribuição sobre a folha viria através de emenda constitucional ou por medida provisória.
Os empresários estão sendo beneficiados, como nunca, pois os maus, entre eles, gozam de uma baita sonegação da Previdência, calculada entre 30e 40% da receita líquida, como se beneficiaram de todos os 10 refis, desde 2003, com refinanciamento da dívida previdenciária, que é o reparcelamento do que foi reparcelado, com perdão de multas e redução de juros. Além do que foram favorecidos pela redução do prazo de decadência da dívida previdenciária de 10 para cinco anos, apagando-se numa noite R$ 250 bilhões de créditos da Previdência, pela lentidão e leniência na cobrança da dívida ativa de quase R$ 300 bilhões, que apresenta uma recuperação de credito de 1%.
Imaginar que tudo isso não impacta no futuro da Previdência, afirmo que já está impactando: o valor médio dos benefícios concedidos em 2014 é de R$ 1.069,00 (menos de dois salários mínimos, R$ 724,00) e que o valor médio dos 27 milhões de benefícios do RGPS f oi de R$ 1.063.68 (menos dois mínimos). As empresas ganham, os aposentados e pensionistas perdem “o pacto de gerações” estremece e está ameaçado.
(*) Paulo César Regis de Souza é Vice Presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social.


quarta-feira, 30 de julho de 2014

CONCURSO: INSS nomeia 46 novos Analistas do Seguro Social  Nomeados têm 30 dias para tomar posse
A nomeação de quarenta e seis novos Analistas do Seguro Social foi publicada no DOU de 24.07. Os convocados foram aprovados no último concurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), realizado em 2013. Segundo a legislação estatutária, os nomeados têm trinta dias para tomar posse a partir da nomeação. Após a posse, começa o prazo de quinze dias para entrar em exercício efetivo.
Vinte e dois Analistas das áreas de Administração, Contabilidade, Direito e Engenharias (Elétrica e Segurança do Trabalho), Estatística, Pedagogia, Psicologia e Tecnologia da Informação foram nomeados para atuar na administração central do INSS, em Brasília.
As Superintendências Regionais e Gerências Executivas aguardam a posse de vinte e quatro nomeados nas áreas de Administração, Contabilidade, Direito, Engenharias (Civil, Segurança do Trabalho, de Telecomunicações e Mecânica), Fisioterapia, Pedagogia, Psicologia e Tecnologia da Informação


Leia mais no GEXANASPS nº 643, de 30.07.2014
SECRETARIA DE GESTÃO PÚBLICA DO Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão baixou Orientação Normativa com orientações sobre procedimentos administrativos necessários  à instrução e à análise dos processos que visam reconhecimento de direito à aposentadoria especial

Esta Orientação Normativa estabelece orientações aos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Ad- ministração Federal (SIPEC) quanto aos procedimentos administrativos necessários à instrução e à análise dos processos que visam ao reconhecimento do direito à aposentadoria especial com fundamento no art. 57 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, aplicável por força da Súmula Vinculante nº 33 ou por ordem concedida em mandado de injunção."


Leia mais no  GEXANASPS nº 643, de 30.07.2014

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Relatório, voto e acórdão do TCU  sobre insuficiência de servidores do INSS, clama por uma política de pessoal, pede nova definição da lotação ideal, critica concentração de servidores na área meio das gerências executivas, mostra que  trabalho do INSS ainda exige atendimento presencial ou análise individual de um servidor, revela um grande percentual de servidores em condições de aposentadoria que submete o INSS a um risco de colapso no atendimento , mostra concentração de concessões em número reduzido de servidores e pede a implementação de atrativos financeiros e não financeiros para os servidores lotados em unidades do interior

Veja também o ANASPS ON LINE EXTRA nº 1.285, de 20.06.2014
Veja ainda neste site sobre o mesmo tema:
Os artigos do Vice Presidente Executivo da ANASPS:
De formigas e elefantes
O relatório sobre a gestão da Previdência esquecendo a receita
As Notícias ANASPS :
ANASPS VIRA PELO AVESSO RELATÓRIO DO TCU  SOBRE A PREVIDÊNCIA QUE PÕE A NU AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS SERVIDORES DO INSS
ANASPS CONCORDA COM TCU SERVIDORES EM ABONO PODEM LEVAR O INSS A UM COLAPSO  NO ATENDIMENTO
ANASPS  REVELA AS 16 RECOMENDAÇÕES DO TCU AO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E AO INSS PARA RESOLVER OS PROBLEMAS DE RECURSOS HUMANOS

Relatório

Trata-se de auditoria operacional realizada em cumprimento ao Acórdão 1.475/2013 – TCU – Plenário, decorrente de proposta da Secretaria de Controle Externo da Previdência, do Trabalho e da Assistência Social (TC 012.179/2013-2).
2. A proposta da fiscalização embasou-se no risco de um quadro insuficiente de servidores ou uma política inadequada de alocação comprometer a eficiência na análise e concessão de benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou possibilitar eventuais registros irregulares de dados nos sistemas eletrônicos utilizados como fonte de informações para essas atividades.
(...)


Leia mais no ANASPS ON LINE EXTRA  1.293, de 25.07.2014
INSS AUTORIZA CREDENCIAMENTO DE MÉDICOS PERITOS  NAS AGÊNCIAS ONDE O TMEA É SUPERIOR A 45 DIAS

O presidente do INSS, Lindolfo  Neto de Oliveira Sales, pela  RESOLUÇÃO Nº 430, DE 21 DE JULHO DE 2014, publicada pelo Diário Oficial da União de 23.07,  disciplinou  “ credenciamento de médicos para realização de perícia médica em todo o país”.

O credenciamento foi adotado considerando :
a. a existência de diversas ações civis públicas pelo país em que se questiona o tempo médio de atendimento para a realização de perícias médicas - TMEA-PM;
b. que o autor dessas ações é o Ministério Público Federal, cujos Procuradores mantêm comunicação entre si de forma permanente;
c. que eventual piora no Tempo Médio de Espera de Atendimento da Perícia Médica TMEA-PM de outras localidades, além das que já possuem as ações civis públicas, gerará, muito provavelmente, o ajuizamento de outras ações, sendo necessário adotar medidas que visem a prevenir tais ajuizamentos;
d. a necessidade de se garantir um atendimento em tempo razoável aos segurados nas localidades em que nenhuma outra ferramenta de gestão solucionou a carência de recursos humanos;
 e. o permissivo contido na decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região nos autos da Ação Civil Pública n° 5004227-10.2012.404.7200/SC, que possibilita a contratação emergencial de médicos, após esgotadas todas as ferramentas de gestão; e
 f. a necessidade de disciplinar e delinear o procedimento de credenciamento de médicos”

“A contratação de médicos prevista nesta Resolução será de caráter excepcional, nas Agências da Previdência Social (APS) onde o TMEA-PM seja superior a 45 (quarenta e cinco) dias e desde que o represamento das perícias não possa ser efetivamente sanado por meio de outras providências administrativas, observada a disponibilidade orçamentária, devidamente atestada no âmbito da Administração Central.”

OPINIÃO DA ANASPS

O INSS tem no seu quadro 4.604 médicos peritos, insatisfeitos com sua remuneração e condições de trabalho.
De 2010 até o presente outros 2,241 médicos peritos deixaram o INSS, insatisfeitos, alguns se aposentaram.
Este  ano , de jan a mai, deram entrada no INSS 1.866.668 pedidos de benefícios por incapacidade.
Do total 1.226 .317  foram concedidos.
777.923 foram indeferidos.
Em maio, 334.734 benefícios por incapacidade estavam represados
A Pressão sindical por Auxilio Doença, com facilitação na concessão, é grande. A mesma pressão que acabou com o Seguro Desemprego. A pressão política também é grande e estamos em ano eleitoral...
Sabemos que nem em todas as 1.500 APS há Pericia Médica. Em muitas localidades não há demanda.
Sobre o novo credenciamento de médicos , às vésperas das eleições, há muitas preocupações:
- Como serão escolhidos os médicos?
- Qual a remuneração deles, maior, igual ou menor do que os peritos concursados do INSS?
- Se tem dinheiro para pagar credenciados, por que não foi realizado  concurso, na medida em que muitos  peritos deixaram o INSS e por que não se abre  agora um novo concurso?
- Por que não são atendidas as justas reivindicações dos peritos concursados?
- Os credenciados terão limites e obrigações, que se responsabilizará por seus erros?
- As decisões (pareceres)  dos credenciados deverão ser homologadas pelos concursados ou serão definitivas?
Já vimos o filme algumas vezes antes com graves consequências para o INSS.
Tememos, temos razões para isso, que médicos cubanos sejam indicados para trabalhar na Perícia Médica do INSS.


Leia mais no ANASPS ON LINE  1.294, de 25.07.2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

INSS AUTORIZA CREDENCIAMENTO DE MEDICOS PERITOS NAS AGENCIAS ONDE O TMEA É SUPERIOR A 45 DIAS

O presidente do INSS, Lindolfo Neto de Oliveira Sales, baixou hoje a RESOLUÇÃO Nº 430, DE 21 DE JULHO DE 2014 . que disciplina”  o credenciamento de médicos para realização de perícia médica em todo o país” e estabelece  que “a  contratação de médicos prevista nesta Resolução será de caráter excepcional, nas Agências da Previdência Social (APS) onde o TMEA-PM seja superior a 45 (quarenta e cinco) dias e desde que o represamento das perícias não possa ser efetivamente sanado por meio de outras providências administrativas, observada a disponibilidade orçamentária, devidamente atestada no âmbito da Administração Central”.
 O prazo máximo de vigência do contrato será de até dois anos, a contar da assinatura do Termo de Compromisso, podendo ser suspenso a qualquer tempo, de acordo com a análise técnica da Diretoria de Saúde do Trabalhador


Leia mais no GEX  ANASPS nº 642, de 23.07.2914 Neste Portal

sexta-feira, 18 de julho de 2014

IMPORTANTE

TCU TEME REDUÇÃO DO QUADRO FUNCIONAL DO INSS ATÉ 2017
TCU VERIFICA POLÍTICA DE ALOCAÇÃO DE SERVIDORES DO INSS
EQUIPES DO TCU VISITARAM UNIDADES NO MAO GROSSO DO SUL,  SÃO PAULO, BAHIA, PARAÍBA E DISTRITO FEDERAL

O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou auditoria no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) para verificar a suficiência do quantitativo de servidores da autarquia em face à demanda de serviços previdenciários, assim como a política utilizada na alocação de servidores.
A auditoria foi embasada no risco de um quadro insuficiente de servidores ou de uma política inadequada de alocação. Esses riscos comprometem a eficiência da análise e da concessão de benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e possibilitam eventuais falhas no registro de dados nos sistemas eletrônicos utilizados como fonte de informações para essas atividades.
Durante o trabalho, a equipe técnica visitou unidades do INSS nos Estados do Mato Grosso do sul, São Paulo, Bahia, Paraíba e no Distrito Federal. Também foram realizadas entrevistas com servidores da direção central da entidade, principalmente das áreas responsáveis pelos benefícios, pela gestão de pessoas e pelo atendimento aos usuários.
O TCU constatou carência de servidores e risco de uma redução considerável do quadro funcional até 2017, devido ao número de aposentadorias iminentes. Segundo o ministro-relator, Aroldo Cedraz, isso “representa um risco de colapso no atendimento aos usuários do RGPS, caso venha a ocorrer um movimento em massa de solicitações de aposentadoria, resultado de eventuais mudanças no cálculo da referida gratificação”.
O tribunal também concluiu que o monitoramento da produtividade dos servidores não é adequado, pois a avaliação de desempenho é baseada em parâmetros subjetivos e não na contribuição do servidor para o alcance das metas da entidade.

Leia mais no ANASPS ON LINE  1.292, de 18.05.2014

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Beneficiários também poderão receber adiantamento de um pagamento mensal
Os segurados da Previdência Social que moram nos municípios de Bituruna e União da Vitória, no Paraná, e Guaramirim e Rio Negrinho, em Santa Catarina, terão o pagamento antecipado para o primeiro dia de depósito da folha de julho, que começa a ser paga no dia 25 deste mês.  O pagamento para os beneficiários desses municípios foi antecipado devido as fortes chuvas que atingiram a região no último mês de junho. A decretação do estado de calamidade pública está prevista na Portaria nº 275.
        

 Leia mais no GEX ANAPS Nº 641, de 16.07.2014
Depósito antecipado de caução é obrigatório
 O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) irá vender quatro imóveis no Distrito Federal. A sessão pública do leilão está marcada para as 10h do dia 30 de julho, no auditório do edifício-sede do INSS, em Brasília. O recolhimento da caução de 5% do valor mínimo do imóvel pode ser feito na Caixa Econômica Federal até o dia 29 de julho. Pagar a caução é condição obrigatória para participar do certame.
Serão leiloados uma casa de três quartos na SHIGS 715, e três apartamentos (dois e três quartos), localizados nas quadras SQN 404, SQN 405 e AOS 4 (Octogonal). Os imóveis foram avaliados entre 525 mil e 585 mil reais. Aos interessados, recomenda-se a leitura atenta de todos os requisitos do edital.


 Leia mais no GEX ANAPS Nº 641, de 16.07.2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Beneficiários também poderão receber adiantamento de um pagamento mensal
Os segurados da Previdência Social que moram nos municípios de Bituruna e União da Vitória, no Paraná, e Guaramirim e Rio Negrinho, em Santa Catarina, terão o pagamento antecipado para o primeiro dia de depósito da folha de julho, que começa a ser paga no dia 25 deste mês.  O pagamento para os beneficiários desses municípios foi antecipado devido as fortes chuvas que atingiram a região no último mês de junho. A decretação do estado de calamidade pública está prevista na Portaria nº 275.
        

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A comissão constituída pela Caixa Econômica Federal (CEF) para analisar a criação do PrevFederação concluiu o seu trabalho e já encaminhou o relatório final para apreciação da diretoria da empresa. A informação foi transmitida pelo presidente da entidade, Jorge Hereda, ao ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho.
Ao lado do secretário-executivo do Ministério, Carlos Eduardo Gabas, e do secretário de Políticas de Previdência Complementar, Jaime Mariz, Garibaldi foi até a sede da CEF conversar com a diretoria da Caixa sobre a importância da criação do PrevFederação para a sustentabilidade da previdência nos estados e municípios brasileiros.
O novo fundo de pensão que o governo federal está criando vai complementar a aposentadoria dos servidores públicos estaduais e municipais que recebem salários acima do teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O PrevFederação funcionará de forma similar que a Funpresp, o fundo que complementa a aposentadoria dos servidores públicos federais.



Depósito antecipado de caução é obrigatório
 O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) irá vender quatro imóveis no Distrito Federal. A sessão pública do leilão está marcada para as 10h do dia 30 de julho, no auditório do edifício-sede do INSS, em Brasília. O recolhimento da caução de 5% do valor mínimo do imóvel pode ser feito na Caixa Econômica Federal até o dia 29 de julho. Pagar a caução  é condição obrigatória para participar do certame.
Serão leiloados uma casa de três quartos na SHIGS 715, e três apartamentos (dois e três quartos), localizados nas quadras SQN 404, SQN 405 e AOS 4 (Octogonal). Os imóveis foram avaliados entre 525 mil e 585 mil reais. Aos interessados, recomenda-se a leitura atenta de todos os requisitos do edital.


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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Casa Civil da Presidência da República tem novo subchefe
Por Antônio Augusto de Queiroz (*)

 O Procurador da Fazenda Nacional, Dr. Jorge Messias, em decreto publicado no Diário Oficial desta quinta-feira (10/07), foi nomeado pela Presidente Dilma Rousseff novo Subchefe de Análise e Acompanhamento das Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República (SAG), tornando-se um dos principais auxiliares do ministro Aloizio Mercadante na tarefa de coordenação do Governo.
Homem da confiança estrita do ministro Chefe da Casa Civil, Jorge Messias foi Chefe da Consultoria Jurídica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação nas gestões de Aloizio Mercadante.
Tecnicamente preparado e politicamente habilidoso, Messias recebeu muitos elogios em sua passagem pelas duas Pastas não apenas por dar segurança jurídica ao titular do ministério, mas também por propor iniciativas e coordenar seu processo de tomada de decisão e de implementação.
Na Casa Civil, Jorge Messias tem o desafio de substituir uma das maiores autoridades em Administração Pública Federal, o doutor Luiz Alberto dos Santos, que durante quase 12 anos teve a missão, auxiliado por uma equipe de 40 profissionais dos mais qualificados do País, de analisar o mérito, a oportunidade e a compatibilidade dos atos governamentais (projetos, medidas provisórias, decretos etc) submetidos à assinatura do titular da Presidência da República, além de coordenar a compatibilidade desses atos com as diretrizes governamentais.
A Subchefia, para cumprimento de suas relevantes funções, está estruturada em quatro núcleos: Política Social, Política de Infraestrutura, Política Econômica, Política de Estado e Governo, numa reprodução micro das funções do Governo. Cada núcleo é coordenado por um subchefe-adjunto e conta com assessores com formação e experiência na formulação de políticas públicas e na resolução de problemas.
O novo subchefe terá à sua disposição, caso deseje, a quase totalidade da equipe de seu antecessor – formada por profissionais da elite do Serviço Público, com larga experiência em gestão e formulação de políticas públicas – o que, combinado com sua experiência profissional e o fato de gozar da inteira confiança do ministro, poderá facilitar, sobremaneira, sua missão de retomar o protagonismo desse órgão de governo, um dos mais importantes do Palácio do Planalto.
O profissional Jorge Messias – que também já foi Procurador do Banco Central do Brasil e Coordenador-Geral de Assuntos Societários da União na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – com seus conhecimentos técnicos e habilidades políticas e pessoais, além do apoio incondicional do ministro Mercadante, tem tudo para ter um grande desempenho frente à SAG, contribuindo tanto no mérito, quanto no processo democrático, na formulação de políticas públicas e coordenação governamental. Sucesso ao jovem e talentoso gestor público!

(*) Jornalista, analista político e Diretor de Documentação do Diap.

Conheçam as razões dos vetos da Presidenta Dilma  a jornada de trabalho de 30 horas dos Médicos Peritos e a remuneração proposta bem como da remuneração do cargo efetivo para os servidores que gozam de licença para exercício de mandato sindical ou de representação
O Governo vetou  jornada de trabalho  de 30 horas das Carreiras de Médico –Pericial  e de Perito Médico Previdenciário.
A proposta estava contida  no Capitulo XXIII da Lei nº 12.998, de 18 de junho de 2014, artigo 31.
O veto se deu “por contrariedade ao interesse público e por inconstitucionalidade”, conforme expresso na  Mensagem nº 166, de 18 de junho de 2014, enviada pela Presidenta da República ao Senhor Presidente do Senado Federal.


Servidores pedem regulamentação de aposentadoria especial
Representantes de servidores públicos criticaram na CDH a ausência de normas para a aposentadoria especial da categoria. Segundo eles, a falta de regulamentação tem prejudicado vários funcionários


Publicou o Jornal do Senado, em 07/07/2014 - Trabalho
Representante da Previdência, Nogueira fala em audiência dirigida por Paim (4º à esq.) Foto: Geraldo Magela
A demora na aprovação de lei para regulamentar a aposentadoria especial no serviço público foi condenada por participantes de audiência na Comissão de Direitos Humanos (CDH), na quinta-feira. Segundo representantes de sindicatos e associações, a inércia vem prejudicando quem exerce atividades de risco ou sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Os debatedores também reclamaram da ausência de norma aplicável à aposentadoria especial dos servidores com deficiência e das regras para conversão do tempo trabalhado no setor privado (sob o Regime Geral da Previdência) antes do ingresso no serviço público.
O debate foi proposto por Paulo Paim (PT-RS), que dirigiu os trabalhos. O objetivo inicial era debater a Súmula Vinculante 33, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determina a aplicação aos servidores públicos das regras do regime geral, até a aprovação de lei específica. A discussão, no entanto, foi mais ampla e incluiu reivindicações de categorias que querem ter funções reconhecidas como atividade de risco.

Ações judiciais
Apesar de ter como objetivo responder à grande quantidade de ações judiciais de servidores requerendo o reconhecimento do direito à aposentadoria especial, a Súmula Vinculante 33, aprovada pelo STF em abril, foi criticada na audiência.
Para o representante da ­Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), Roberto Ponciano, a súmula não resolve o problema do servidor, servindo apenas para desafogar o Judiciário. A preocupação é com a dificuldade de recebimento de proventos integrais e da paridade com os servidores da ativa.


Leia mais no ANASPS ON LINE n° 1290, DE 11.07.1014

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Vale a pena recolher mais à Previdência

Os contribuintes facultativos, ou seja, os estudantes, as donas de casa e aqueles que não possuem atividade remunerada, podem elevar o valor do seu futuro benefício recolhendo pelo teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A situação é mais interessante para aqueles que estão próximos de se aposentar.
Isso porque, tanto por meio das aposentadorias por tempo de contribuição, quanto por idade, o Ministério da Previdência Social faz uma média de todas as contribuições, de julho de 1994 até o pedido do benefício, com a exclusão dos 20% menores recolhimentos. Depois, ainda é aplicado o fator previdenciário, que reduz em cerca de 30% o valor do benefício. E, ao elevar parte desses pagamentos ao INSS, maior tende a ser essa média.
Cinco anos de aumento nas contribuições já fariam diferença, observou a sócia-proprietária do escritório Suzani Ferraro e Advogados e presidente da Comissão de Previdência Social da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro), Suzani Andrade Ferraro. “Mas a verdade é que quanto mais tempo de contribuição, maior o benefício.” Ela criticou a postura de muitos aposentados que comemoram ter pedido o benefício mais jovens e ainda trabalham. “Deveriam ter esperado. Pois, quando realmente precisarem, e o corpo não deixá-los mais trabalhar, não terão como elevar a aposentadoria (a não ser que peçam na Justiça a troca do benefício).”
A presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Jane Lucia Wilhelm Berwanger, lembrou que o salário de contribuição tem teto, atualmente, de R$ 4.390,24. “Portanto, o máximo que a pessoa pode recolher é de R$ 878,04.”
Para quem possui algum tipo de atividade remunerada, seja autônomo ou empregado, a legislação brasileira não permite o aumento do valor de recolhimento, destacou Jane.
Portanto, quem recebe salário inferior ao teto previdenciário terá que recorrer a uma previdência privada caso queira ampliar a sua renda quando se aposentar. 

Fonte: Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC

quarta-feira, 9 de julho de 2014

ANASPS DIVULGA PARA CONHECIMENTO DE SEUS ASSOCIADOS
- ANÁLISE DA PROPOSTA CGNAD/INSS - CARREIRA DO SEGURO SOCIAL (LEI Nº 10.855/2004)
QUE FUNDAMENTOU OFICIO AO PRESIDENTE DO INSS SOBRE
NOSSAS PROPOSTAS DE AJUSTES NA CARREIRA DO SEGURO SOCIAL

A ANASPS concorda com a proposta abaixo do CGNAD que altera a estrutura remuneratória da Carreira do seguro Social do INSS, reiterando as necessidades de criação do ADICIONAL DE QUALIFICAÇÃO em conformidade com o modelo adotado pelo MPU, a incorporação da GDASS para fins de aposentadoria e as adequações nas atribuições gerais dos cargos, a inclusão dos servidores de nível auxiliar, dentre outras  
 Ø  Incorporação imediata em janeiro de 2015 da Gratificação de Atividade Executiva - GAE ao Vencimento Básico – VB;
 Ø  Incorporação de 80% do valor da Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social GDASS ao Vencimento Básico, em dois anos: sendo em 2015 60% e em 2016 20%;
 Ø  GDASS correspondente a 20% dos valores atuais em 100 pontos, mantido o modelo atual de 80 Pontos para Avaliação Institucional e 20 Pontos para Avaliação Individuais;
A proposta do CGNAD de mudança da estrutura remuneratória corrigindo as distorções atualmente existentes, mantem o mesmo valor da remuneração básica total.  Desta forma, a ANASPS concorda com a alteração, porém somente esta proposta sem a imediata solução das demais questões abaixo, relacionadas como prioritárias, penalizam os servidores previdenciários do INSS criando uma defasagem salarial da Carreira do Seguro Social com as demais Carreiras da Administração Pública Federal e acirram os conflitos e insatisfações, ou seja:
 Ø  A criação do Adicional de Qualificação– AQ,
 Ø  Incorporação da GDASS para fins de aposentadoria em até 100 pontos.


Leia mais no ANASPS ON LINE EXTRA nº 2.287, de 4 de julho de 2014


A necessidade de financiamento do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) caiu 26%, em valores reais, corrigidos pelo INPC, na comparação de janeiro a maio de 2014 com o mesmo período de 2013, passando de R$ 25,6 bilhões nos cinco primeiros meses do ano passado, para R$ 18,9 bilhões de janeiro a maio de 2014.
Esse resultado decorre de uma arrecadação, em termos reais, de R$ 130,1 bilhões – alta de 5% na comparação com o mesmo período do ano anterior – e uma despesa de cerca de R$ 149 bilhões.
O resultado somente do mês de maio, considerando-se as duas clientelas (urbano e rural), ficou negativo em R$ 3,9 bilhões – diferença entre arrecadação líquida de cerca de R$ 26,6 bilhões e despesa de R$ 30,5 bilhões.


Leia mais no ANASPS ON LINE, Nº 1.288, de 4 de julho de 2014
NOTICIAS DO MPS

População de Rondônia ganha duas novas unidades da Previdência



Quase 68 mil  pessoas residentes nos municípios rondonienses de  Buritis e Nova Mamoré, e cidades vizinhas, serão beneficiadas, a partir de 03.07, com a entrega de duas Agências da Previdência Social (APS). Assim, não precisam mais fazer viagens cansativas e caras para utilizar os serviços do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
 Buritis – Mais de 45 mil pessoas serão beneficiadas com a inauguração da APS Buritis. Além dos 32.383 habitantes daquele município, a unidade servirá os 12.665 moradores de Campo Novo de Rondônia. A APS fica na Rua Rondônia, nº 2249, Setor 6, em Buritis. O investimento foi de R$ 1 milhão.
 Nova Mamoré – Os 22.546 habitantes do município de Nova Mamoré (RO) passam a contar, também a partir do dia 3 de julho, com uma Agência da Previdência Social (APS). O ato de entrega da unidade à população será realizado às 14h. A APS está localizada


Leia mais no GEX ANASPS nº 640, de 9 de julho de 2014
Programa de Governo

Paulo César Régis de Souza (*)

No horário eleitoral gratuito — que de gratuito não tem nada, pois os custos são pagos pela Receita Federal, a peso de ouro — os partidos políticos raramente se ocupam do tema Previdência Social. Repetem a lenga-lenga que seus partidos defendem: mais escolas, hospitais, estradas, segurança, transportes públicos e educação. Tudo em vão! Espremendo, não se aproveita nadica de nada.
A questão da seguridade social no país é muito forte e impactante para ser deixada de lado. Nesse “pacto de gerações” se apoia a nossa sociedade, sendo ela contributiva ou não.
São quase 60 milhões de contribuintes para instituto de previdência, 12 milhões para  previdência complementar aberta, 6 milhões para previdência complementar  fechada,  27 milhões de beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), 10 milhões de segurados públicos,  5 milhões de beneficiários públicos federais, estaduais e municipais,  4 milhões da Lei Orgânica de Assistência Social, idosos sem renda e incapacitados, 13 milhões no Bolsa Família.

Não é possível, e muito menos desejável, a convivência com o uso da receita previdenciária para fins políticos, com a má qualidade da governança da receita previdenciária,  com benefícios que não asseguram mais uma velhice tranquila, com precatórios que corrigem no Judiciário as injustiças, com o queijo suíço de furos no sistema de pensões, com a diferenciação no sistema de reajuste dos benefícios do mínimo e, acima dele, com a vigência indefinida do fator previdenciário, com a ausência de uma idade mínima para o trabalhador do RGPS.
Beneficiários do IBBCA tiveram 87 novos procedimentos

A principal medida adotada foi o atendimento em domicílio para vítimas de câncer
Bárbara Bernardes
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou uma consulta pública que obteve a seguinte medida: os usuários de benefícios oferecidos pelos planos de saúde individuais e coletivos tiveram direito a mais 87 procedimentos, o que acarretou um aumento no custo destes. Foram cerca de 42,5 milhões de beneficiados com planos de assistência médica e 18,7 milhões de consumidores com planos odontológicos.
Com o menor aumento no valor no plano; dos 87 procedimentos, são 50 novos exames, consultas e cirurgias e 37 medicamentos orais para tratamento domiciliar de vários tipos de câncer, que é uma excelente novidade. [1] Os tumores mais dominantes na sociedade (pulmão, mama, intestino, estômago, rim, fígado, testículo, ovário, útero) já possuem medicamentos ofertados.
O atendimento em domicílio aos pacientes vitimas de câncer, trouxe maior conforto a este, reduzindo também os casos de internação para tratamento em hospitais e clínicas.
Tratamento de câncer, cirurgias por vídeo, procedimentos médicos por imagem e medicamentos para terapia imunobiológica para tratamento de artrite e reumatoide, são principais itens que incrementaram os custos para as operadoras desde janeiro de 2014.
Comparação
As taxas das Unimed’s IBBCA foram as menores de acordo com os reajustes nas tabelas da Unimed Rio a partir de Junho de 2014, onde o CFO teve aumento de 13,28% ficando atrás do IBBCA; a UBES – UNE, CAARJ-RJ, CRA-RJ, ANSEF, CREA-RJ e SIMPRO tiveram de 13,5%, a Club Municipal 14,5% e a FECOMÉRCIO, 19,5% de aumento.
Em outros planos, comercializadas pelas administradoras UNIFOCO e Qualicorp o reajuste vai de 17,36 à 35%. E em relação aos planos: Básico QC, Alfa 2 QC, Beta 2 QP e Especial QP das Unimed Fesp e Unimed Rio, o reajuste do IBBCA chega até 28% mais barato.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Prerrogativa de foro: o feitiço contra o feiticeiro
Por Antônio Augusto de Queiroz (*)

 O foro por prerrogativa de função pode estar com os dias contados, porque começa a ficar desinteressante para os deputados e senadores o julgamento, em instância única, no Supremo Tribunal Federal (STF). Duas mudanças legais estão provocando a desilusão de certos parlamentares com o chamado “foro privilegiado”.
A primeira mudança, instituída pela Emenda Constitucional 35, que alterou os parágrafos 3º e 4º do art. 53 da Constituição, acabou com a necessidade de autorização prévia da casa legislativa para abertura de processo contra deputado ou senador junto ao Supremo.
Segundo a nova regra constitucional, recebida a denúncia contra deputado ou senador, por crime corrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. Isso inverte a regra anterior, que condicionava a abertura do processo à autorização da Casa legislativa.
Se antes a impunidade era evidente, com a abertura automática do processo, o risco de punição aumentou muito, especialmente após as mudanças na composição do tribunal, a partir da posse do presidente Lula, que nomeou juristas independentes.
Desde 2001, quando entrou em vigor a mudança constitucional, já houve vários julgamentos que resultaram em prisão ou perda de mandato, além da renúncia de parlamentares ou a desistência de alguns de disputar a reeleição para fugir do julgamento do STF.
A celeridade no julgamento é fundamental e ajuda no combate à impunidade, mas os critérios para julgamento têm que ser isonômicos e não seletivos, como ocorreu recentemente com a Ação Penal 470.
A segunda mudança, que poderá acelerar o julgamento dos processos, foi a alteração do regimento interno do STF, que transferiu do plenário, cujos julgamentos eram feitos com transmissão ao vivo pela televisão, para uma das duas turmas do tribunal o julgamento de parlamentares e outras autoridades, inclusive como forma de desafogar o plenário.
O ideal, entretanto, seria a extinção do foro privilegiado, mas sem o retorno dos processos para a Justiça estadual de uma das unidades da federação, com duplo grau de jurisdição, como ocorre atualmente com os casos não julgados pelo STF após o término do mandato do parlamentar. Esse sistema, além de não uniformizar os critérios de julgamentos, poderia tornar a autoridade pública sujeita a má-fé ou oportunismo político.
O ministro Luiz Roberto Barroso, que propôs a mudança no regimento interno do STF, tem uma proposta que parece interessante para o fim do foro por prerrogativa de função. Conforme sua proposta, deve ser criada uma vara federal de primeiro grau, com juiz titular escolhido pelo STF, com mandato de quatro anos e apoiado por tantos juízes auxiliares quantos forem necessários, para cuidar desses julgamentos. Das decisões dessa vara especializada caberiam recursos ordinários diretamente para o STF ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme a autoridade.
Essa solução, que depende de alteração constitucional, teria a vantagem de poupar o STF do papel de investigar ou produzir provas e analisar questões de fato, acelerando uma decisão sobre o processo, além de retirar o julgamento da área de influência do interessado.
Mas não é essa a motivação dos parlamentares para a extinção do foro privilegiado. Eles querem garantir a impunidade, com a prescrição dos crimes pelos reiterados recursos protelatórios nas diversas instâncias judiciais.
Por fim, não se deve confundir o foro privilegiado com o direito do parlamentar de não ser preso salvo em flagrante ou de crime inafiançável. Nem com a imunidade parlamentar, que consiste na garantia de inviolabilidade, civil e penal, do deputado e senador por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato.

(*) Jornalista, analista político e diretor de documentação do Diap.



O presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), deputado Vicente Cândido (PT/SP), designou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) como relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 281/2013, que estabelece que os servidores ocupantes de cargo em comissão têm direito a constituição de fundo financeiro mantido pela Administração Pública e amplia as garantias para os servidores públicos em geral.

Lembro que o relator deverá dar parecer pela admissibilidade da PEC, ficando o parecer de mérito na Comissão Especial.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Reabilitação profissional: o paradigma do CIAPAT


 
Por Alexandre Barreto Lisboa (*)
A Diretoria Executiva da ANASPS, representada por mim e pelo Vice Presidente Executivo, Paulo César Régis de Souza, realizou nos meses de maio e junho duas visitas técnicas ao Centro Iberoamericano de Autonomia Pessoal e Ajudas Técnicas –CIAPAT, da Organização Iberoamericana de Seguridade Social- OISS, localizado em Buenos Aires.

A OISS é um organismo multilateral que acompanha de perto e apoia os processos produtivos dos setores público e privado, nas áreas de saúde, previdência, assistência social e riscos do trabalho.

Chamou-nos a atenção o trabalho desenvolvido pelo CIAPAT, com base em um novo paradigma de favorecer a autonomia pessoal, a acessibilidade, usos das ajudas técnicas de apoio para idosos, pessoas com deficiência ou em situação de dependência permanente ou transitória. É a tão sonhada reinserção e inclusão social.

Concluímos que o Brasil necessita ter um CIAPAT.  A ANASPS, filiada à OISS, assumiu o compromisso de implantar no país um centro nos mesmos moldes, integrando o espectro da rede CIAPAT, iniciada em Madrid com o CEAPAT, há 25 anos, e com o CIAPAT, de Buenos Aires, há quatro.

O Brasil, desde os antigos institutos e com o INPS, desenvolveu ao longo                    de 70 anos um eficiente sistema de atenção aos segurados da Previdência, compreendendo o seguro de acidente, o auxilio doença e a reabilitação profissional. Lamentavelmente, na década de 90, após a Constituição de 1988; que levou para o Sistema Único de Saúde-SUS as ações de assistência médica e de reabilitação física, que anteriormente                                                                                                                                                                                                                                                                       eram desenvolvidas pelos Centros e Núcleos de Reabilitação Profissional, CRPs e NRPs, do INPS, hoje INSS. O SUS não assumiu com eficiência o que lhe cabia e os trabalhadores ficaram órfãos.

O Brasil dispôs de belo e modelar programa de atenção à saúde do trabalhador, nas décadas de 60/80, dispondo o INPS de equipes multiprofissionais, nos CPRs e NRPs, cerca de 60 unidades, onde o trabalhador que se acidentasse ou tivesse qualquer problema de acessibilidade ou dificuldade para trabalhar passava por um processo de avaliação, reabilitação profissional e recolocação ou readaptação em atividade compatível. Em 1980, um presidente do INSS visitou a mais importante Fundação Mútua de Acidentes do Trabalho e Doenças Profissionais-FREMAP, em Madrid, e seu diretor lhe confessou que tudo que sabia aprendera do CRP de São Paulo, em 1975, quando lá estagiou durante um ano.

Lamentavelmente, houve um descompasso entre a reabilitação física, a profissional e a social, com pesados ônus para o INSS, que paga benefícios, com as empresas e os trabalhadores.

Nossas visitas ao CIAPAT, em Buenos Aires, articuladas pelo diretor da OISS para o Cone Sul, Dr. Carlos Garavelli, com o apoio do representante da OISS no Brasil, Dr. Baldur Schubert, levou-nos a identificar a importância de vir a ANASPS a assumir o compromisso de implantar um CIAPAT no Brasil, em Brasília, mesmo porque nosso país, com sua dimensão continental, sua população de 210 milhões de habitantes e uma População Economicamente Ativa de mais de 110 milhões, com uma estimativa de que 15% padeçam de algum grau de deficiência, necessita de ser vanguarda no processo de apoio e de ajudas técnicas e tecnologias da reabilitação com vistas a contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Um projeto simples, mas de uma importância social incalculável.

O CIAPAT Brasil, na trilha da OISS, oferecerá, entre outros, os seguintes serviços: um catálogo “on line” de produtos de apoio disponíveis no mercado, de origem nacional ou importados; um “show room” de produtos de apoio; informação em ajudas técnicas para a vida diária, a mobilidade e a acessibilidade pessoal, a comunicação, a moradia, o trabalho e o lazer; biblioteca presencial e virtual, especializada em legislação e normas técnicas; difusão de conhecimentos sobre arquitetura, urbanismo, transportes, tráfego voltadas para as pessoas com necessidades; realização de eventos, oficinas, fóruns e simpósios para socialização da informação. Todos esses serviços serão disponibilizados sem ônus para as empresas e os trabalhadores. O papel da ANASPS será de reunir numa unidade física tudo acima relacionado.

O CIAPAT/Brasil fará um chamamento aos governos federal, estaduais e municipais para que as intervenções relativas ao apoio e a ajuda às pessoas sejam efetivas e que haja mais vontade política de agir. Chega de discursos.

Por sermos uma instituição previdenciária, a ANASPS contribuirá para que seja implementado o novo modelo de reabilitação profissional que assegurará ao INSS um papel proativo, beneficiando os 60 milhões de segurados da previdência social.

Convocaremos empresários e trabalhadores, fundações, institutos, entidades de pesquisas e tecnologia, universidades, as instituições do Sistema S, enfim o que Brasil que dá certo, para se engajar neste projeto que é de acolhimento e de promoção da dignidade humana.

Vamos juntar as mãos e ajudar. Amanhã seremos nós a usufruir desses benefícios e serviços.


(*) Alexandre Barreto Lisboa é Presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social-ANASPS.